Thursday, April 09, 2009

pincelada digital


poeminhas

devoto do santo-de-pau-oco
pedófilo desde criancinha
padre que vira mãezinha
passando o dolang no coroinha

(Magoo, Jacobsen, Kpt~)
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um dia, na praia da solidão
eu me encontrei sem ninguém

a baía de uma pedra só
era a única platéia
no tapete de bilhões de grãos

(idem)

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via-láctea coalhada de estrelas
mar morto estrebuchando
o pico do everest foi besteira
saara cura me queimando

macacos me mordam no mato
melecas de uma doce fissura abissal
os maiores milagres eu tiro de um saco
seco o oceano, lágrimas de sal

(Magoo & Kpt~)

help something

vou virar prefeito
pra impedir voce de asfaltar a minha rua
anticlímax perfeito
coelho ricochete
e tartaruga tuchê

mal passamos de uma carne crua
não sobrou metade da alma dua

não te quero nem como amiga do peito
imploro a chance de te perder

fomos ao fundo da sandice
confuso, confucio disse
todo mundo vai moler

sergio,thadeu, magoo, vulcanis, octavio

ciumes de horror

a sombra tremula conforme venta a chama
estou do lado de dentro da caverna
e vejo alguém vindo com uma clava erguida
manchada com pedacinhos de couro
voam candelabros, correntes emparedadas na tristesa
lágrimas petrificadas pela tortura
as cavidades oculares vazias
alvéolos pulmonares sedentos por nicotina

octavio, bárbara, vulcanis, magoo

Monday, April 06, 2009

Primeiro, o último amor

Um grande amor não é fácil de achar
Passei a vida a procurar
Acabei me perdendo também
Chegando ao fim eu fui além

Tontas disseram que me amaram
que lá pelas tantas saí do sério
No corpo a corpo elas se fartaram
O amor é o último mistério

Oh, meu amor
Que eu nunca vi na vida
O infarto miocárdico
Foi festa, despedida


(Magoo e Thadeu – música: Rodrigão)

ps- não lembrei do título, então criei um novo....

canção passada no futuro

engatarei a primeira marcha
e rapidinho sairei acelerando
cruzarei um vulto em meu caminho
e saberei que serás tu

ó glorioso futuro, que um dia
eu terei daqui pra frente
não esquecerei do meu passado
pois tu serás assunto encerrado


(thadeu w, rodrigo, ferreira e magoo)

Friday, March 27, 2009

pare padre

era visto pelas costas
pra não encarar o problema
do padre distribuidor de hóstia
denegrindo a moral que ostenta


-panos quentes em cima!
disse o bispo cobridor de crianças
desembaçando o que a imprensa neblina
por santo oco até o pau canta!

abra a mala com milhões
de infiéis o mundo anda cheio
e por lavar tanto as mãos
acabarão contratando coveiros

o pessoal do bordel mandará flores


magoo

Thursday, March 26, 2009

Doce Céu

O brigadeiro
Nunca verá a glória
Enquanto for moça

magoo
18/1/9

CHINASKY, 1/3/9

SEMPRE ME APRESENTO PROS AMIGOS
PRA ESQUECÊ-LOS PRA SEMPRE
VOU BEBER AGORA
E COZINHÁ-LOS À QUILO
ATÉ O TALO
MATO FÁCIL, NÃO DESBRAVO
STAY CALMO
PREGAREI-LHE O CÉU DO OUVIDO

A PRÓXIMA É A MELHOR DE TODAS
AI DAS QUE SÃO EXÍMIAS
PERDERÃO-SE IGUAIS TROUXAS
VAGABUNDEANDO PELOS BECOS
DA PAIXÃO
SEM TER PRA ONDE IR
E MUITO MENOS VOLTAR
AS COSTAS QUENTES
PRA UM PÓLO FRIO
VIRANDO STAR

O TROPICÓRNIO DESCARNADO
ERA UM ANIMAL DESACREDITADO
MAS O AMOR DE IRACEMA
CAUSOU HEMATOMAS NA FLORESTA
E UMA MÁ FAMA PÉSSIMA,
ALÉM DE HORRÍVEL
E INACREDITAVELMENTE DUVIDOSA...

MENTE PASTOSA
IRREVERSÍVEL
CONVERSÍVELMENTE
ATÉ ACREDITAR
AMISTOSA
ABRIDORA DE CÃIMBRAS CEREBRAIS
NO TORNOZELO ENTRANHANDO-SE
À FLOR DA PELE DO PÉ
DESCALÇO E APLAUDIDO POR
JEREMIAS, QUE ERA FELIZ
JERÔNIMO PULAVA POR AÍ
ANASTÁCIA NÃO ERA FLOR QUE SE CHEIRASSE
AMÉLIA ENGOLIA ATÉ O FIM
DESTE REBANHO
JÁ FUI CASTOR
DEITADO MANSO NA REPRESA
O NINHO TORRAVA
QUALQUER GALHO DE ESPERANÇA

O CAMPO FUGIU DA VISÃO
MONTES RELUZANTES
FAZIAM CÓCEGAS NA ILUSÃO
ONDE FORAM OS CARNEIRINHOS E
A VACA DA SUA VOZ?
QUANDO OS SURDOS FOREM OUVIDOS
OS GAGOS VÃO GALGAR
O CUME DOS ESTUPEFACIÁRIOS

TRUPICANDO NO PRÓPRIO PENSAMENTO
DESCOBRI QUE AVIDA É CHEIA DE ALTOS E BAIXOS
ENQUANTO A MORTE É PLANA
APROVEITO PRA DEITAR
CONTINUO COM MEUS PLANOS
ENXAMES NÃO VOU ESCUTAR

Magoo / Chico Capetão

1 minuto antes de tonar

O último minuto é tudo
É preciso explodir
Pra ver todo mundo
Sofrendo feito faquir

pregado em idéias
soníferas estúpidas
aiatolá veja lá
antes de me de-
tonar

alcançar a plenitude
vôo maior
a carne, vicissitude
desprendimento, mor

tal qual víbora
ouve flauta sibilante
se mostra encantadora
hipnotizada distante

em corda verticalizada
equilibra dor, men-
te debaixo duma sacada
estilhaços talhem

Dogma incerto
Harém pressuposto
Alá chegará mais perto
Não largarei meu osso



Magoo

17/11/08

ecd (exceder)

BUSQUEI E ACHEI O NEGÓCIO
MAS A REDE TAVA UMA MERDA
RECURSOS CIBERNÉTICOS ME TIRAM DO ÓCIO
APÓS OITENTA E TRÊS TENTATIVAS
A ÚLTIMA FOI A CERTA
DOWNLOADEEI TANTO
QUE PERDI A CONEXÃO


magoo

o fim está próximo

Massa gigantesca
Desorganizada
Vista decomposta
Imagem falha

Crateras imensas
Explosões absolutas
Observaremos desastres
Poderemos fazer nada

Compre tudo
Pra acabar de uma vez
Liquide
Com o mais próximo

Epiderme é lar
Invisibilidade sentido
Vontade deu
Morrer na praia donde saiu


Magoo
19/9

queimato

Incentivado a preservar
Mato
Mas mateiro não mata a mãe
Natural contra-vontade
Deixe como está
Pra queimar até o fim


Magoo

carreiro doutro mundo

O marciano brilhou
no sol da liberdade
com o tião
me abriu o carreirinho
capotei às cegas
na ribanceira
por causa desses dois
filhos da puta
ninguém me mostrou a placa

também,
não pedi informação


Magoo

cubismo³

MÁQUINA ANDA RUÍNA
DERRAPA SALTA MOLA
LAÇA LAMA POÇA
CREMA BARRO BORRA
EM BOTAS!
BOLHA MARGEM GOLFO
CÉREBRO EMPASSE DEIXA
PENSA TUDO TALVEZ

FICA ONDE ESTAVA
ESCARRO CADA RESPIRADA
CERTEZA TODA INSENSATEZ
CASCALHO TODA ESTRADA
CAI CADA PULO BEIRA
TAPA BURACO CHEIO
CONCRETA INCERTEZA

Magoo

hai kai levanta e continua

Vou ao fundo
Escafandreio
Os confins
Do submundo

Há mil recôncavos
Onde ali babá se fartou
Dê-me um
Os outros são teus

Das paisagens mais altas
Vem o fruto que oprime
Iludindo com coisas sublimes
Desfigura, entorta, descalça

Pé antes pós pé
Trôpego, desiludo-me
Levanto-me graças à fé
Paro-raio, faísca, hecatombe

Hão de deixar caolho
Da vida parar de entender
Torna vindouros medonhos
Dia, hora, anoitecer

Aí vi o que continha
Toda idéia que vinha
Transbordava lucidez
Não sei, quando, talvez

A dúvida desaparecesse
Meio-cérebro num ensejo
Como dominado por uma prece
Flerte, atônito, desejo

Que nunca se diga não
Desalternativamente antígono
Do amor boto fração
Mais ou menos multiplico


Magoo
13/3/07

estórias encostadas

neo odor
Tudo que me veio à cabeça foi vazar.Não lembro da hora, mas o momento foi marcante, muito pela indumentária da fada que rodeava meu cérebro.Tossidas profundas e o catarro que me rodeava as narinas me afogavam aos poucos.Fui no outro bar. Além do Catarina, cruzei o hediondo amigo Patcho (patcholi), que fedia além da minha compreensão nasal.Foi aí que tive a impressão de que um banho cairia bem.A barba não fiz por que a gilette era usada pelas diversas putas moradoras do muquifo.A meia ensangüentada do futebol me lascou os dedos, mas ignorei a dor.Tudo dependia daquela mixaria. Eu não me faria rogado em quebrar o escritório do ex-patrão mesmo que fosse para levar o Fax ou outro aparelho eletrônico que subtraísse a conta dos meus serviços.Meti o pé na mesa e, tirando o taco de beisebol do sobretudo, até eu me assustei com a cara do indivíduo.O Patcho pirou arrebentando primeiro o cara que era o maior do bar: Gilsão.Catarina, tradado como hitler jugend desde tenra infância, seus únicos amigos foram Hotweileirs. A mãe serviu-lhe comida até os 12 anos. Era tanto carinho que ele se sentiu atraído pela ração dos cães. Qualidade de vida para uns (os cães) e para ele o mesmo marmitex do mesmo restaurante diário. A ração era boa.15 anos devastando as florestas do centro-oeste brasileiro e, depois de trabalhar como escravo nos carvoeiros, para anular as intrigas, repensou:A vida é mais que tudo!E eu que só queira um pouco.Magoo

Como Música
Quase que instantaneamente, todas as vodkas derrubadas goela abaixo, sibilaram frases complexas até para um cérebro descansado.Tudo em volta merecia uma passada de olhos, mesmo que superficial.Nenhum acidente natural precipitou-se em obstruir os caminhos e mesmo assim tudo parecia latejar, ocupando cada vácuo da atmosfera.Sorriu ao olhar no relógio da placa da rodoviária: 5 da manhã e o caminho ainda estava sutilmente encoberto pela névoa intra-craniana.Cinza lavado pelo orvalho das substâncias madrugueiras vertiginosamente escravizadas, mesmo que temporariamente, pelo apego à elucidaçãoO prato de sopa de cincão era o único objetivo de manter-se vivo com o último fio de dignidade, apesar dos punhos e golas da camisa e do terno estarem desfiapados, se mantinham alvos como a pela da albina tocadora de trumpet do Bar da Polaca.Na verdade ela não tocava porra nenhuma . Carregava duas sacolas a tira-colo: uma com o trumpete e umas blusas, a outra cheia dum monte de chapéus.Ela tinha acabado de sair dum hospício, o que descobri logo após o sexto ou sétimo conhaque.Consegui dobrar minha maneira de enxergar, e, pegando-a pelo braço, escutei do outro lado do bar:- Porra, vai comer ou embrulhar?!Deu dó. Eu completamente empenhado em manter o equilíbrio ao dar os meus goles, empurrando um papo chulé totalmente desnecessário numa pobre alma desorientada.A Polaca riu, o barman riu, todos riram.A mina desmaiou. Tinha tomado os mesmos 10 conhaques que eu.Acabada de sair do hospício, resolvi dar-lhe/dar-me uma ajuda.Liguei prum táxi, mas acabou a bateria do celular.Tive que jogar nas costas e corri atrás de mais grana.Fui direto na casa de um amigo à meia-noite, mas tinha festa de família. Da esposa dele.Emprestei 50ão e fui pro hotel mais próximo.Ela sobreviveu.Eu sobrevivi.Nunca mais vi um adeus com céu tão azul.Magoo

sopé de orelha
Sobressalente os seios, a próxima atenção foi para os cabelos.Sedosos, cheirosos, cafunegantes, quase que uma passagem.Tomei-a de surpresa e fui longe demais ao puxá-los.A peruca escorreu rapidamente nas costas e libertou um ser desprovido de vaidade.Vomitando a cerveja e o risoto madalossense, pediu-me que a ajudasse.Dirigi ao local pré-determinado, não sem antes bater em dois carros parados.O serviço de quarto era uma ilusão. O porteiro ficou puto com os comentários.Peguei as cervejas do frigobar e saí fritando. Acabou a gasolina na quadra seguinte.Os gritos abafavam as minhas breves reprimendas em baixo tom._Você perdeu a peruca, mas a sua cabeça é a mesma.- disse eu.Catadores de papel estavam retornando para suas casas.O amanhecer mais ensolarado da minha vida virou um tormento.Magoo

primo do bem bom
Todos os ossos doeram.Graças ao projeto do primo do amigo do seu tio.Acabou de fazer o curso de web.Reunião, atravessadores, briefing, layout.Ficou perfeito.A esposa do cliente disse que deu uma olhadinha e achou melhor por o cabeçalho uns meio centímetro mais pra direita, se for vendo a tela do monitor de frente.Do lado, mais embaixo, mostra o telefone maior.Liguei. Ninguém atendeu.O primo do amigo do tio pegava a coroa palpiteira.Cada churrasco era a mesma putaria.Ele atendeu um dia e me convidou pra ir, dizendo que estava cheirosa.Tio bebum, tia gostosa, todo mundo passou o espeto no carnegão.Porra, só tinha Kaiser. Fiquei olhando.O amigo do tio era estranho. Suspeito até. Porém, arrepio de pensar no primo.Altas transas escabrosas. Com a tia dos outros, com o dinheiro também.Vendia órgãos e crianças.Magoo

inconsciente desavisado
deixe a intuição te levar
mas telefone antes

chegue mais perto
pra eu te expulsar

sem deslize
que na sequência vem rasteira

Magoo / V. Longo

infância fudida (da série Finalzinho do Mundinho)
o vizinho deu uma bala
os balões esvaziaram
as folhas cairam
as flores se fecharam

os carrinhos perderam a corda
as bonecas se descabelaram
o armário escuro é o refúgio
depois de tantos doces carinhos

Magoo

contatos desimediatos
cunho anti-social
fibrilação emocional
politicos atolados na merda
ninguem faz a coisa certa

só os ETs que às vezes aperecem
e as tetudas que a todos apetecem
estarão de alguma forma ajudando
os que de joelho ficam implorando

Magoo

Hereditariedade (da série Finalzinho do Mundinho)
ai paizinho
não me atire
pela janela

nem me encha
de balinhas
só por causa
de uma herancinha

Magoo

sambas de azar
queria fazer um samba
a cachaça tava no fim
o limão deixou-me em transe
saí de dentro de mim

pulei no murro
contra a minha sombra
apanhei tanto
que saí co'a cabeça tonta

auto-flagelo pra mim é ficha
de um palco de jogatina sem lucro,
tapa na cara não passa de lixa
perdi muito pra ganhar tudo.

Magoo

canção passada no futuro

engatarei a primeira marcha
e rapidinho sairei acelerando
cruzarei um vulto em meu caminho
e saberei que serás tu

ó glorioso futuro, que um dia
eu terei daqui pra frente
não esquecerei do meu passado
pois tu serás assunto encerrado


(thadeu w, rodrigo, ferreira e magoo)

Aprovação de Layout

Andei bebendo e praguejando, mestre
Ao diabo pra tentar abrir a cabeça
Idéias novas pra mim são um teste
Esqueço de tudo antes que aconteça

A seu favor soprei ao vento
Toda a fumaceira que inalei
Abri portais por um momento
Achei que vi, mas imaginei

Que não receberia resposta
Pelo trabalho mal-resolvido
De seguidores que considera bosta
Mas prontos à plantar pés
-de-ouvidos

Magoo

profetação

Pronto a estabelecer novas metas, calculou riscos.
Eram tantos que desistiu.
Começou de novo calculando goles.
Cada copo, 3.
3 copos por garrafa.
2 garrafas por rodada.
O “Profeta” pagou 8 rodadas.
Após a última, saindo, ajeitou o chapéu velho, arregalou os olhos ao dizer “obrigado” e ficou 3 minutos balançando igual a um pêndulo.
Olhou nos olhos do “Profeta” e disse: _ Eu estava esperando por você.

147 momentos de angústia achando que iriam acabar ali.
2.000 anos não são nada, quando se tem fé.

REVISTA FÓSFORO

Revista idealizada Há uns 3-4 anos junto com o Vlad Urban. Decidimos lançar com o Psycho Carnival aproveitando o gancho da divulgação.
Agora dá pra paginar virtualmente... ficou meia-boca a resolução, mas dá pra ler.